Na última terça-feira (10/11), a NFA (National Free Fire Association) suspendeu quinze jogadores detectados pela BlackBox, de competições até o dia 5 de abril de 2021.
A BlackBox é uma ferramenta anti-cheat (algo como “anti-trapaça” em português) criada em 2011 com o objetivo de detectar o uso de programas ilegais em jogos online, com foco principalmente no gênero FPS (First-Person Shooter, Tiro em Primeira Pessoa).
Segundo o site da ferramenta, o que levou à suspensão dos jogadores foi a “modificação de registros”. Isso significa que a BlackBox detectou alterações nas informações no Editor de Registro (regedit) do Windows.
Segundo Marcelo Camargo, CEO da NFA, a implementação da BlackBox foi adotada pela organização em maio de 2020 “com o intuito de garantir a integridade competitiva nos campeonatos da NFA”. “Todos os jogadores precisaram criar uma conta e fazer login na ferramenta antes de cada uma das partidas da COPA NFA” – destacou. A condição foi aceita pelos participantes da COPA NFA na inscrição do campeonato ao concordar com o Livro de Regras do evento. Assim, todos os jogadores e organizações estavam cientes que estariam sendo monitorados pelo anti-cheat.
Posicionamento da NFA
A NFA entrou em contato com as organizações dos jogadores envolvidos para informar sobre o ocorrido e, que devido a isso, os jogadores suspensos não participariam da competição no dia 09/11/2020, antes do comunicado nas redes sociais da Liga.
Assim, a comunicação com os times teve que ser feita de forma rápida porque os jogadores não poderiam participar da COPA NFA na segunda-feira e quarta-feira a fim de zelar pela legitimidade e integridade competitiva do evento.
Sobre o ocorrido, Marcelo esclarece que “após informarmos às organizações das suspensões, eles solicitaram provas e nós pedimos a BlackBox que abrisse seu relatório, algo nunca feito antes em quase nove anos de ferramenta”.
Segundo o CEO da NFA, como uma ferramenta de segurança de dados, a BlackBox tem que garantir a integridade do seu processo, por isso “foi solicitado que a organização assinasse um termo de sigilo para ter acesso a essas evidências”.
A NFA segue em contato com as equipes e espera chegar em uma definição amistosa da questão.
Investigação
Após denúncias de jogadores da NFA, a BlackBox começou uma série de investigações que os levaram a uma rede de comercialização de alterações de registro e ferramentas ilegais voltadas para melhorar o desempenho.
Com as investigações, foi constatado que alguns alteradores de registro variam de R$100,00 e R$150,00 e após aquisição para contribuir com a investigação, testes foram feitos com jogadores experientes que constataram que haviam vantagens no jogo com o uso dessas modificações.
Depois de todo esse processo de investigação e análise, foi aplicada uma atualização na ferramenta anti-cheat para detectar essas alterações. A BlackBox, então, encaminhou os relatórios para a NFA que optou por dar prosseguimento à suspensão dos jogadores.
Depois disso, equipes como a DOLLARS e a TROPA ao entrarem em contato com as provas revisaram seus posicionamentos e atestaram a integridade e a veracidade dos relatórios apresentados pela BlackBox.
A equipe TROPA, em nota oficial, declarou que após a reunião com a NFA e a BlackBox sua organização decidiu “dar mais valor e atenção aos campeonatos que utilizem a BlackBox, dada a sua eficiência em garantir partidas justas para todos”.
Além disso, a equipe agradeceu a NFA pelo esclarecimento e destacou que a postura da organização é “extremamente essencial para que o cenário de Free Fire cresça e evolua”.
Planos para o futuro
A fim de garantir transparência e profissionalismo no cenário emulador, Marcelo Camargo declarou que “a partir do ano que vem as competições da Liga NFA serão presenciais, garantindo assim a integridade das máquinas dos jogadores”.
Por isso, explicou Marcelo, as suspensões aplicadas pela NFA só terão validade para os campeonatos online. O que levou a essa decisão foi o fato de que em competições presenciais a própria NFA se encarregará de zelar pela integridade das máquinas dos jogadores. “Com isso queremos que o cenário do Free Fire seja levado a sério como um esport profissional de alto desempenho” – destacou o CEO.
Assim, os jogadores que se sentiram injustiçados pelas punições poderão provar seu valor como jogadores profissionais nas futuras competições presenciais da Liga. A NFA reitera seu compromisso com times, jogadores, comunidade e parceiros em contribuir cada vez mais para a evolução dos esports no mercado, e está sempre à disposição para diálogos e trocas com interessados em fazer o mesmo pelo cenário brasileiro de esports.