A hashtag #Metoo começou a abalar a industria cinematográfica em 2017. Naquela época, foi responsável por denunciar abusos de autoridades respeitáveis no meio como Harvey Weinstein, Matt Lauer e Roy Price.
Agora, é a vez da indústria dos games que teve absurdos revelados.
Confira a matéria!
PS= Essa matéria pode representar um gatilho para homens ou mulheres que tenham sofrido abusos.
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#Metoo nos games
Antes de falarmos sobre os games, é necessário entender o que é a essa tag. A principal intenção é que mulheres que sofreram abusos consigam apoio e força para revelar o acontecido.
Em Hollywood, esse movimento teve reflexos impressionantes, os acusados foram destituídos de suas funções de poder e indiciados na justiça.
Tudo começou com a desenvolvedora americana Nathalie Lawhead. Ela usou seu site pessoal para relatar tudo o que aconteceu no fim dos anos 2000.
O acusado, é o compositor Jeremy Soule, responsável por trilhas sonoras como The Elder Scrolls.
O mais assustador, é que as acusações não foram simplesmente relatos, mas tiveram embasamento de prints, e-mails e conversas.
Ela afirma que ter sido estuprada em Vancouver, enquanto trabalhava com o compositor. Mas isso não é só, ela também teria sofrido difamação profissional por parte do homem.
No texto, ela revela ter passado por sérios problemas, inclusive uma tentativa de suicídio.
Soule, negou as acusações ao dizer que:
“Essas alegações de 11 anos atrás são falsas. Estou chocado e triste que essas denúncias ultrajantes tenham sido feitas.”
No entanto, não só a desenvolvedora que foi uma possível vítima, a vocalista Aeralie Brighton também o acusou de violência sexual.
Mas não foi só isso!
Adelaide Gardner, na terça-feira, também tomou coragem e acusou o desenvolvedor Luc Shelton de violência sexual.
Segundo o relato, há dois anos Shelton teria a algemado em seu apartamento.
Outro acusado do movimento foi o desenvolvedor Alexis Kennedy, que foi acusado pela roteirista de games Olivia Wood pelo sue comportamento. Mas vale lembrar, que aqui não falamos de violência sexual direta, como nos casos anteriores.
#Metoo já repercute no Brasil
Mas aqui em solo tupiniquim o movimento também já teve seus primeiros efeitos.
A desenvolvedora e ilustradora Carolina Porfírio, da Kuupu demonstrou apoio as colegas de profissão. Segundo a Épóca:
“Não é porque os assédios estão vindo à tona agora que devemos acreditar que são novidade, mas eles sempre aconteceram, e é impressionante sabermos que podem ser pessoas próximas, que fazem parte do nosso círculo. O problema é que existe esse receio de falar sobre, já que há o medo de ficar marcada como ‘a menina que acusou fulano’ e sofrer retaliação, por isso não podemos culpar aquelas que decidem não falar”.
Outro ponto falado pela desenvolvedora, foram os comentários agressivos que ouviu, por conta do seu sexo.
“Já ouvi que games não eram para mim, e até acharam que eu estava mentindo sobre expor um jogo meu num evento, como se não acreditassem que uma mulher poderia tê-lo feito.”
Nathália Fernandes, jogadora de Pokémon TCG, usou seu perfil no Twitter para relatar a violência sexual que sofreu no Campeonato Mundial de Pokemon TCG.
Ela disse em sua conta:
No momento que aconteceu eu estava dormindo e extremamente cansada e não consegui entender o que realmente tinha acontecido. Só fui me dar conta do que tinha acontecido quando acordei e pude parar pra pensar. Demorou um tempo para cair a ficha.— Nathália Fernandes (@nathgf) 26 de agosto de 2019
No entanto, embora tenha tido a coragem de contar seu relato, ela assim como as outras garotas afirmam categoricamente que não querem ser reconhecidas pelas “garotas que foram abusadas”.
Dessa forma, é fácil perceber que a intenção do movimento, não é favorecer a vítimas. Mas sim, expor o acontecido e os culpados numa tentativa de acabar de vez com o comportamento.
É claro que o machismo nos games existe. Qualquer garota gamer já passou por situações difíceis, seja presencialmente ou virtual.
Mas a #Metoo está mostrando um lado obscuro da indústria que até mesmo as mulheres que jogam não faziam ideia.
Desejamos muita força às meninas e que os acusados sejam indiciados na justiça.