A cultura local sempre é uma atração à parte para os novos jogadores que chegam a Rensga. Vindos de outras regiões ou mesmo de outros países, a gastronomia, o clima e os hábitos goianos despertam a curiosidade.
Desde o início de maio os treinadores Pedro “gafone” e André “Ti0ben” precisaram pensar em tudo isso, e também em como se daria a comunicação, para planejar a pré-temporada e todo o cronograma de treinos e jogos do time no 2º split do CBLOL.
Além do brasileiro “Damage”, que estava na Furia, “Croc” e “Yuri” completaram a lista dos reforços do time principal. “A comunicação foi um ponto de atenção desde o início da pré temporada. Principalmente, com o “Yuri”, que é a pessoa que menos sabia o inglês”, explica “Ti0ben”. Para isso, o time ofereceu a ele – o que já acontecia com os demais integrantes – aulas de inglês. Mas, ainda assim, três idiomas são falados entre os jogadores e staff: português, inglês e coreano.
“Tivemos um mês de preparação e adaptação da comunicação antes do CBLOL começar e isso foi muito bom. O mais importante é que independente de termos de nos comunicar em três idiomas, estamos conseguindo nos entender no jogo”, comenta Thiago “Kiari”, que joga na rota do topo.
A preocupação vai além dos momentos dentro de jogo. “A gente acaba tendo de falar em inglês a maior parte do tempo, até para eles se juntarem ao grupo e participar de outras atividades fora do jogo. Então, isso já vai deixando a mente treinada para usar a língua estrangeira quando preciso”, explica o jogador que conta também que essa convivência é primordial para a fluência no inglês e tem ampliado o vocabulário.
Preparação técnica
Com tantas vias para se fazer entender, o caçador (jungler), “Croc” é, também por causa de sua posição no jogo, o ponto central de comando das jogadas nas partidas. “Ele é muito rápido tecnicamente e também na comunicação. Consegue transitar pelo inglês e coreano com facilidade já que muitas vezes precisa traduzir o que o “Yuri” quer falar para o time. Mas o ideal é que todos consigam falar bem o inglês muito em breve”, analisa o coach André “Ti0ben”.
O trabalho dos treinadores foi estruturado em etapas de acordo com o desenvolvimento no jogo. “Toda semana estamos focando em algo e já estamos dando passos maiores desde a segunda semana do CBLOL” . A evolução no time, portanto, acontece independentemente do intercâmbio cultural dos jogadores.
Fora de jogo
A fase da timidez já passou. “Todos participam das decisões de cardápio, por exemplo, para que a alimentação esteja ao gosto da maioria. E levamos isso para outros momentos também de maneira que todos tenham voz e que possam dizer o que está ok e o que não está agradando”, explica “Ti0ben” .
Fora do jogo o clima entre os jogadores é leve. “Já pensou ver um coreano comendo açaí e pamonha?”, brinca “Kiari”. Outro ponto de diversão no elenco é o hábito de usar os “palitinhos” (hashi) para se alimentar. “Eles sempre usam um pote separado para o arroz e não cortam os alimentos, vão comendo os pedaços inteiros”, relata o treinador.
Pamonha e pizza não foram aprovados, mas a carne de porco, bastante consumida pelos asiáticos em geral, foi bem aceita por todos! Ainda há muito para ser explorado, mas o fundamental está consolidado. “O mais importante é que todos estão pelo mesmo objetivo que é fazer uma boa campanha e avançar aos playoffs”, conclui o coach.