No dia 10 de fevereiro, Vagrant Story, o RPG mais underrated da história dos games, completou 20 anos de vida. O jogo foi o ápice de uma era na qual a Squaresoft (que depois viria a ser Square Enix) cravou seu nome na indústria como a maior desenvolvedora de RPGs da era do PS1.
Vagrant Story pode ser considerado o último grande jogo do primeiro PlayStation. Afinal, o PS2 foi lançado em março do ano 2000 e deu início a uma nova geração. Bem, talvez tenha sido a sombra do console mais vendido da história que fez muitos players não darem a devida atenção a esse game incrível.
No entanto, quem jogou essa aventura sabe que se trata de um dos melhores RPGs já criados. Não, não é exagero. Vagrant Story é um game único, com uma história incrível e um sistema de combates completamente diferenciado. Por essas e outras características, resolvi relembrar o título neste post e dar a ele os devidos créditos. Vamos começar?
Vagrant Story: um resumo da obra…
Dotado de um estilo visual impressionante, o game oferece aos players uma trama que se passa em uma cidade fictícia chamada Leá Monde. Essa cidade faz parte de um reino chamado Valendia, que está tomado por uma guerra civil.
A história gira em torno do protagonista Ashley Riot, um agente de uma equipe de elite conhecida como Riskbreaker. A missão de Riot é capturar Sidney Losstarot, que é o líder de um culto religioso que tem uma influência direta sobre os conflitos que assolam o reino.
Sim, parece um roteiro de algum filme de Hollywood. Aliás, o game conta com uma série de cenas cinematográficas, que foram influenciadas diretamente pelo icônico Metal Gear Solid. Todos os diálogos são feitos por meio de “balões” e esses elementos acabam contribuindo para tornar o game ainda mais singular.
Ao longo da aventura, os players vão sendo puxados para dentro da trama e fica quase impossível não sentir pelos personagens. Nesse sentido, o jogo alcança o nível mais alto de imersão e praticamente força as pessoas a acompanharem a história até o fim. E esse fim, posso lhe dizer com propriedade, é surpreendente.
Combates épicos
Um dos grandes destaques de Vagrant Story é o sistema de combates. Para ser sincero, jamais vi outro jogo fazer uso de um sistema de combates semelhante. Enfim, é bom destacar que os próprios desenvolvedores do game não sabiam se o projeto seria um RPG, em um primeiro momento. Pois é! O jogo é tão peculiar, que os próprios desenvolvedores não sabiam em qual gênero classificá-lo.
Enfim, o fato é que o combate tem uma boa dose de ação misturada com muitos elementos de estratégia. Acertar o tempo do ataque, escolher a arma, escolher o alvo… tudo isso deve ser decidido pelo player, em questão de segundos.
E o interessante é que os inimigos são agrupados em diversos arquétipos. No jogo, encontramos dragões, fantasmas, humanos, feras e muito mais. Por conta dessa variedade, em termos classes de inimigos, certas armas se tornam ótimas em determinados casos, mas muito ruins em outros.
Além disso, já que falei nas armas, é bom destacar que os tipos de armas e equipamentos são muitos. Vagrant Story é um daqueles que jogos em que o player pode, facilmente, perder horas e mais horas apenas criando novas armas.
Cenários incríveis e muitos desafios
Apesar de todo o game se passar dentro da cidade de Leá Monde, Vagrant Story impressiona por exibir cenários belíssimos e mapas enormes. E o mais interessante é que os cenários são interligados.
Por conta disso, não é nada incomum você brigar muito para abrir uma porta para depois, de forma frustrante, se deparar com um local que você já visitou. Essa característica foi muito bem explorada no game Salt and Sanctuary (de 2016).
Aliás, outra peculiaridade dos mapas é a quantidade de armadilhas e puzzles. Entretanto, por termos construções em 3D, rotacionar a câmera pode nos levar a descobrir coisas incríveis e também nos fazer ficar perdidos. Isso mesmo! Vagrant Story tem uma mapa tão bem construído que os players realmente se perdem em certos locais.
Além disso, é inegável que a viagem pelos muitos cenários da cidade de Leá Monde nos leva a observar construções dignas de nota. O estilo dos prédios, o ar sombrio dos cenários subterrâneos… tudo contribui para deixar o game extremamente imersivo.
E por que Vagrant Story é o maior clássico “underrated” do PS1?
Em uma tradução literal, “underrated” quer dizer “subestimado”. E essa é a mais pura verdade. Quem viveu na época do PS1 costuma relembrar com carinho de games muito inferiores a Vagrant Story (em muitos aspectos, técnicos ou não).
Sim, é uma questão de gosto, eu sei. Entretanto, isso não altera o fato de que esse jogo merecia ser muito mais reverenciado do que é. Para ser ainda mais sincero, em meio a essa onda de Remakes e Remasters, que tem tomado a indústria dos games, fico espantado por não termos legiões de fãs pedindo pelo retorno de Vagrant Story.
Enfim, como eu já destaquei, pode ser que a chegada do PS2, um mês após o lançamento do jogo, tenha prejudicado sua ascensão ao panteão das lendas entre os RPGs. Ainda assim, qualquer fã de RPGs que experimentou essa aventura concorda que o jogo é, pelo menos, uma singularidade.
Bem… é isso. Vagrant Story completou 20 anos recentemente e fez com que este fã viesse até este “canal”, para promover uma justa homenagem e registrar o sonho de, um dia, ver um remake desse poderoso título colocar essa história entre as mais aclamadas e relembradas de todos os tempos. Até a próxima…