Os impressionantes números que comprovam o peso do mercado de jogos no Brasil

Divulgação/Pxfuel

Que o Brasil é um mercado de peso para qualquer tipo de indústria pelo tamanho de sua população não é segredo para ninguém – e não seria diferente com a indústria de jogos, que cresce cada vez mais no mundo, com receitas na ordem dos 8 dígitos de dólares.

Segundo pesquisa da Superdata, mesma empresa que registrou um volume de receita de US$ 56 bilhões da indústria de jogos no planeta, o Brasil já ocupa o 5º lugar entre os países cuja população mais dedica tempo aos games. Não à toa o país é considerado o maior mercado de da América Latina e um dos 15 maiores do mundo, com uma expectativa de crescimento de mais de 5% até 2022.

Nem mesmo a pandemia conteve o crescimento da indústria de jogos digitais no Brasil. De acordo com a consultoria Nielsen Brasil, o varejo registrou um crescimento de 137% no mês de março, o primeiro do isolamento social. A venda de periféricos também cresceu 103%, acompanhando o ritmo de aceleração registrado em todo o mundo para o setor. Considerando todo o ano de 2020 até aqui, o aumento já é de 400% em relação a 2019.

O público gamer também cresceu: foi registrado um aumento de 7,1% no número de jogadores entre 2019 e 2020, segundo a 7ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB). O percentual de brasileiros que tem acesso a jogos eletrônicos, de acordo com o mesmo levantamento, é de 73,4% – ou seja, cerca de três quartos da população nacional.

Games fomentam empreendedorismo no Brasil

Foto: Divulgação/Wildlife

Com um mercado tão imponente, é natural que empresas nacionais voltadas ao setor surjam cada vez mais e também acompanhem esse crescimento. No país, estima-se que existam mais de 370 empresas desenvolvedoras de jogos, a grande maioria classificada como microempresa.

Uma das principais empresas nacionais é a Wildlife Studios, de São Paulo, que está entre os unicórnios brasileiros, ou seja, startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão. Fundada em 2011 e responsável por games como Zooba, Tennis Clash, War Heroes e outros títulos para dispositivos móveis, a empresa é avaliada em US$ 3 bilhões e recentemente captou um investimento de US$ 120 mil da Vulcan Capital, fundo criado por Paul Allen, cofundador da Microsoft (falecido em 2018).

“Já somos um celeiro de talentos no setor de games móveis. Vamos continuar trabalhando para atrair e desenvolver os melhores designers de jogos do mundo. Possuímos um DNA empreendedor e, com esta nova rodada de investimentos, queremos nos tornar também uma plataforma para os melhores desenvolvedores. Vamos oferecer a infraestrutura necessária para que estes desenvolvedores vejam seus games alcançarem muito mais sucesso na Wildlife do que em qualquer outra empresa”, diz Victor Lazarte, co-fundador e CEO da startup.

Regulamentação de apostas online é um desafio

Um outro setor que tende a seguir a onda de crescimento da indústria de jogos é o de apostas online. Um dos avanços necessários diz respeito à regulamentação dos cassinos no país (em trâmite no congresso nacional), embora esse mercado já tenha ampla penetração no Brasil por conta empresas de jogos estrangeiras que atuam com licenças internacionais na internet.

O setor de apostas já movimenta R$ 34,1 bilhões no país, considerando as loterias, os sites que operam com licenças estrangeiras e também os estabelecimentos que atuam de forma clandestina. Porém, o potencial do mercado é ainda maior caso aconteça uma regularização que atenda aos interesses do segmento: R$ 60 bilhões. Além disso, o Brasil pode arrecadar R$ 30 bilhões com impostos relativos à exploração de atividades tanto em cassinos físicos quanto online.

Esports em alta

Foto: Divulgação/CBLOL

Outro segmento que revoluciona o mercado de jogos é o cenário de jogos competitivos – os Esports. Desde que o termo se popularizou, os jogos digitais ganharam um outro patamar – chegando até as transmissões de emissoras voltadas a esportes, como ESPN e SporTV. A TV aberta também se rendeu à modalidade e chegou a televisionar campeonatos durante a pandemia.

A revolução é clara: se antes o público consumidor de jogos era o grande alvo do mercado, o crescimento dos Esports deu destaque a um outro público – o espectador. Estima-se que o Brasil seja o terceiro maior mercado do mundo em termos de audiência, com 21 milhões, atrás apenas de China e Estados Unidos, conforme reportagem da revista Istoé Dinheiro.

O sucesso é tanto que clubes como Flamengo e Corinthians apostam cada vez mais nos Esports e têm equipes competitivas em diversas modalidades, somando-se a outros times exclusivamente focados nos games, como Pain, INTZ, Kabum, MiBR e Fúria Esports.

Só o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) e o Circuito Desafiante, que é uma espécie de torneio de acesso para o CBLOL, distribuem uma premiação de R$ 480 mil por ano no pais, o que se explica pela atração de grandes marcas patrocinadoras, como Red Bull e Gillete.

Esses são apenas alguns números que provam que, definitivamente, os jogos no Brasil deixaram de ser uma simples “brincadeira de criança” e se tornaram uma indústria das mais lucrativas e com potencial de crescimento enorme – envolvendo cada vez mais setores ligados ao entretenimento.

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