O debate sobre regulamentação dos esportes eletrônicos (PL 383/2017) continuou no dia 9 de julho (terça-feira).
A comissão foi convocada para discussão do PL 383/2017
Durante a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, a senadora Leila Barros (PSB-DF) leu uma carta enviada pela Associação Brasileira de Clubes de eSports (ABCDE)
Confira o conteúdo da carta:
“Excelentíssimo (a) Senador (a),
A Associação Brasileira de Clubes de eSports (ABCDE) que congrega os 20 principais clubes no Brasil, a Electronic Sports League (ESL) no Brasil, a maior liga de eSports do país e do mundo, e a Entertainment Software Association (ESA), a maior associação de editores (publishers) de softwares de entretenimento do mundo, vêm por meio desta solicitar o apoio de Vossa Excelência para manter no Senado o debate acerca do Projeto de Lei do Senado 383 de 2017, de autoria do Excelentíssimo Senador Roberto Rocha, que dispõe sobre a regulamentação da prática desportiva eletrônica e que foi aprovado no dia 9 de julho, sob regime terminativo, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
Entendemos que seja necessário que esse projeto seja discutido de forma mais ampla com partes interessadas, sejam elas atletas de esportes tradicionais ou competidores e empresas de eSports. Hoje, existem cerca de 26,5 milhões de simpatizantes de eSports no Brasil – o terceiro maior público do mundo (crescimento de 18,7o/o entre 2017 e 2018) em um setor que movimentou globalmente R$ 3.3 bilhões em 2018, a maior parte em patrocínios, e com previsão de triplicar de tamanho até 2022. O crescimento vertiginoso no Brasil e no mundo deu-se sempre num contexto de auto-regulação do segmento, de forma a permitir o pleno direito à livre iniciativa por parte de publishers e de um vasto ecossistema de empresas e prestadores de serviços que juntos trabalham para criar, financiar, organizar e apoiar torneios cuja audiência alcançou 400 milhões de pessoas em todo o mundo no ano passado.
A necessidade de criação de estruturas que “controlem” os eSports carece de maior discussão de forma a alinhar o país às melhores práticas mundiais. E preciso ter cautela em avançar numa direção que possa desviar o Brasil de uma trajetória até agora muito bem-sucedida e com grande potencial de sucesso num futuro próximo. Reiteramos, assim, nossa solicitação de estender o debate acerca do Projeto de Lei 383 de 2017 no Senado de forma a permitir que todos aqueles que têm interesse no assunto possam ser ouvidos de forma adequada e democrática.
Permanecemos a sua disposição para quaisquer esclarecimentos (…). ”
Entenda a situação
O problema aqui, é que Leila já protagonizou um pequeno escândalo ao dizer, categoricamente, que “Isso não é esporte!”
Uma de suas falas, durante um dos debates do PL 383/2017, a senadora diz:
“Nós estamos falando sobre as questões éticas, morais dos jogos eletrônicos, mas quando se fala de esporte, tem que ser ouvida a comunidade esportiva porque existe uma preparação para ser atleta, para se entrar em quadra e representar um país, uma liga ou uma empresa. O alto rendimento é isso. É uma entrega”
Embora tenha se desculpado, disse que seu posicionamento tinha relação apenas com os jogos violentos. O que é consideravelmente controverso, já que ela se referiu à preparação e não ao conteúdo dos games.
O Senado, apesar de estar atuando nesse processo, mostrou-se visivelmente tradicionalista, ao retirar da abrangência da regularização os jogos violentos.
O que é controverso de acordo com a cultura do país. Afinal, pessoas podem dar socos e sangrarem (de verdade) em um ringue de MMA, mas não atirar em personagens fictícios?
Por enquanto, as discussões sobre o Projeto de Lei continuam.
Enquanto isso, a não regularização da atividade dá margens à praticas ilegais com jovens e adolescentes.
Traremos mais novidades em breve! Aqui no The Game Times!